Entrevistas
YES, SHE CAN
Beatriz Lopes saiu da escola pública, fez Esalq e conseguiu estágio nos EUA.
É fato que a degradação do ensino público é forma perversa de acentuar a desigualdade social no Brasil. É preciso, entretanto, mostrar que é possível. A rio-pedrense Beatriz Lopes é exemplo desse tipo de superação. Ela concluiu este ano o curso de Biologia na Esalq/USP, uma das mais prestigiadas universidades brasileiras. Nos meses de julho e agosto, ela esteve nos Estados Unidos para um estágio de pesquisa, com dois meses de duração, no Smithsonian Conservation Biology Institute (SCBI), localizado em Front Royal, Virginia.
O estágio no exterior foi custeado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que aprovou o projeto dela na modalidade Bolsa de Estágio e Pesquisa no Exterior (Bepe).
Beatriz estudou sempre em escolas públicas. Fez o Jardim de Infância na escola Bruna Maniassi Zeppelini. O Fundamental I na escola Barão de Serra Negra, e o Fundamental II na escola Contador Waldomiro Domingos Justolim (popular Escola do Comércio). O Ensino Médio cursou em Piracicaba, na Etec Cel. Fernando Febeliano da Costa (Industrial).
NOSSA – O ensino público (infantil, fundamental e médio) vem perdendo qualidade nos últimos tempos e os estudantes de escolas públicas muitas vezes têm a autoestima baixa em razão da crença de que não poderão acessar o ensino superior de qualidade ou que estão menos preparados para competir na vida que aqueles que cursaram escolas particulares. Qual conselho deixa para que os alunos superem este sentimento?
BEATRIZ LOPES – Os alunos de ensino público, em média, têm algumas desvantagens em relação aos de escola particular. Os alunos de escolas particulares muitas vezes possuem vivências mais ricas proporcionadas por aulas em laboratórios, excursões e até mesmo experiências extras na vida escolar, como cursos de inglês e aulas particulares. Nas escolas públicas a diferença social dos alunos é bastante acentuada e nem todos têm essas oportunidades. Além disso, o professor se sente sobrecarregado e não dispõe dos mesmos recursos para ministrar aulas de qualidade comparável.
Contudo, quando se tem um foco e um objetivo essas diferenças podem ser superadas. Existem opções de escolas públicas de qualidade, como as ETECs, e também os cursinhos municipais. Os pais têm importante papel na educação dos filhos, devendo ser a principal fonte de incentivo para os estudos desde o ensino infantil; preciso que se crie o hábito de estudar. Para os alunos que vão prestar o vestibular em breve o conselho é manter o foco e estudar. Para quem tem condições possível procurar opções de cursinhos públicos e particulares de preços variados. Existem também vídeos aula de qualidade na internet sobre todas as matérias. O esforço é grande, mas a recompensa é satisfatória.
N – O que exatamente você foi pesquisar nos Estados Unidos?
BL – Fui pesquisar as mudanças nos padrões de movimento de capivaras em paisagens naturais do Pantanal e em paisagens modificadas pelo homem no Estado de São Paulo. Minha pesquisa está inserida dentro de um projeto multidisciplinar de pesquisa sobre as relações entre capivaras, carrapatos e febre maculosa, envolvendo vários pesquisadores e instituições. Especificamente, minha pesquisa conta com o monitoramento de capivaras por Rádio Colar GPS em oito cidades do Estado de São Paulo e outras duas no Bioma Pantanal. Dentre as áreas de São Paulo há ainda uma subdivisão em áreas endêmicas e não endêmicas para Febre Maculosa. Meu objetivo foi detectar diferenças entre a movimentação das capivaras, como por exemplo a área de vida e a distância de deslocamento, nas diferentes paisagens. A associação dos meus resultados com os resultados obtidos por outros projetos do mesmo tema ajudará no entendimento da dinâmica da febre maculosa brasileira, uma das doenças mais letais do Sudeste do Brasil.
N – Quais aspectos positivos, quais diferenciais, observou na instituição de pesquisa norte-americana que poderiam ser replicados no Brasil?
BL – O Smithsonian Institute é o maior complexo de pesquisa e museus do mundo. Sem dúvidas o que mais me impressionou foi a disponibilidade de recursos da instituição. Todos os equipamentos são altamente tecnológicos e a pesquisa é de alto padrão. Já no Brasil o cenário da pesquisa é um dos piores nos últimos anos, com grandes cortes orçamentários e baixo investimento. Além disso, nos Estados Unidos a sociedade parece bastante interessada na ciência. Frequentemente, o instituto recebia visitas de pessoas interessadas em doar seu dinheiro em prol das pesquisas e havia várias atividades para as pessoas conhecerem o instituto como, por exemplo, um acampamento para as crianças. Enquanto isso, no Brasil, a Universidade ainda parece distante da sociedade e de modo geral as pessoas não levam a sério a profissão do pesquisador dizendo que estudo não é trabalho e não reconhecendo os benefícios da pesquisa para o desenvolvimento do país.
N – Por que a opção pela biologia?
BL – Desde criança eu gosto muito da natureza, dos animais, plantas e as paisagens em que estão, sempre estive preocupada com as condições ambientais do planeta. Na biologia encontrei a oportunidade de estudar e trabalhar com algo que eu gosto e considero de muita importância para a sociedade como um todo. O curso de ciências biológicas me permitiu uma consciência ambiental ainda mais consistente, e hoje eu posso ser veículo de mudanças de comportamento e opiniões para as pessoas que me cercam.
N – Quais seus planos para o futuro? Pretende seguir carreira acadêmica ou ingressar no mercado?
BL – Para o futuro mais próximo pretendo seguir a carreira acadêmica, ingressando no mestrado e doutorado, na mesma área de pesquisa que atuo. A partir disso, ainda não tenho definido se continuarei na carreira acadêmica ou não. Ambas as carreiras possuem o ônus e o bônus, quero experimentar a acadêmica em busca da realização profissional, mas não levo como única opção.
Entrevistas
30 ANOS ENSINANDO A PENSAR
Há três décadas militando no ensino do inglês, a professora Vanderci Marrano conta com bagagem consistente e mentalidade moderna para ensinar uma geração cada vez mais interessada no idioma.
Rodrigo Guadagnim
rodrigo@nossariodaspedras.com.br
Evoluções tecnológicas importantes transformaram radicalmente a sociedade nas últimas três décadas. No que diz respeito ao ensino de idiomas, as mudanças foram benéficas. A avaliação é de Vanderci Marrano, professora de inglês desde 1990 e que há 28 anos fundou a primeira escola de idiomas de Rio das Pedras, o Centro de Idiomas English VM.
A maior facilidade para acessar informações de qualquer parte do mundo, o contato com jogos eletrônicos estrangeiros, a interação interpessoal universalizada pelas redes sociais, entre outras inovações possibilitadas pela Internet, estimularam em crianças, adolescentes e adultos o interesse pelo aprendizado do inglês. Atualmente, conta Vanderci, a maior parte dos alunos procura a escola por interesse próprio e não obrigada pelos pais. No início do English VM, era o contrário.
Na entrevista a seguir, Vanderci narra detalhes da história da escola, fala sobre como as mudanças culturais ocorridas desde a fundação do English VM alteraram os perfis dos alunos e conta como o convite de uma tia para passar um ano nos Estados Unidos mudou a vida dela e trouxe benefício a muitos moradores de Rio das Pedras, que tiveram – e continuam tendo – a oportunidade de aprender inglês em nível de excelência sem sair da cidade, em uma escola que não para de investir para oferecer conforto e novas tecnologias.
NOSSA RIO DAS PEDRAS – Como foi o início do VM?
VANDERCI MARRANO – Começamos pequenos, em fevereiro de 1992, no barracão em que funcionava o antigo Choppão [entre a sorveteria Central e o Primos Som]. Ficamos um ano ali. O espaço ficou pequeno. Mudamos para uma residência na Rua Brasil. De lá, viemos para este imóvel [na rua Dr. João Tobias, 77, Centro], onde permanecemos desde 1994. O espaço foi totalmente adequado para receber uma escola e estamos sempre investindo em tecnologia e em melhorias do espaço físico.
NOSSA – Qual a sua história com o idioma inglês?
VANDERCI – Na verdade, eu não gostava de inglês na escola [risos]. Pensava: por que é que eu vou aprender esta língua se nunca vou usar? Era esta a mentalidade. Mudou bastante, mas ainda tem gente que pensa assim. Até que meus tios me convidaram para ir morar com eles nos Estados Unidos. Fiquei um ano. Tinha 20 anos na época. Fiz curso de idiomas em uma universidade de lá. Passava o dia inteiro em uma universidade estudando. Comecei a gostar porque comecei a falar, comecei a entender. Quando voltei, fui lecionar em Piracicaba.
NOSSA – Faz 30 anos que se dedica ao idioma. Fez muitos cursos no exterior?
VANDERCI – Nos primeiros anos em que levei o pessoal [alunos da escola] para intercâmbios no exterior, eu também fiz o curso. O intercâmbio é outro diferencial da VM. Não tem outra escola em que o diretor leva os alunos e os acompanha no intercâmbio. Vou junto com eles justamente para que eles possam aproveitar ao máximo.
NOSSA – A maior parte das vezes, o intercâmbio da VM foi para o Canadá. Por quê?
VANDERCI – Sim. A maior parte para o Canadá, mas também já fomos para os Estados Unidos, para a Inglaterra. Para o Canadá é mais viável, porque a burocracia é um pouco menor. É mais fácil conseguir o visto. Temos experiência na retirada do visto e uma empresa contratada só para isso. Agora, quem tem visto americano não precisa nem mais pegar o canadense. E também o valor do dólar canadense é mais próximo ao do real.
NOSSA – Houve avanços tecnológicos tremendos nas últimas três décadas. Sente que mudou a maneira de ensinar e de aprender nesse período?
VANDERCI – Atualmente, é mais fácil porque os alunos estão mais interessados. Eles querem falar. Os adolescentes querem falar, querem aprender. Adoro dar aula para adolescentes. Deixo que eles falem sobre a vida deles. Esse é um diferencial nosso. Saiu um pouco do contexto do livro? Ok, não tem problema. O importante é que estão falando inglês. Eles trazem muito conhecimento para a aula.
NOSSA – Houve mudanças na maneira de pensar?
VANDERCI – Antigamente, os pais é que mandavam os alunos para a escola. Eles nem queriam. Hoje não. Sempre pergunto para eles: vocês estão aqui porque querem aprender ou porque o papai mandou? A maior parte responde que está porque quer. ‘Quero aprender porque quero jogar, quero assistir a filmes…’ Eles querem!
NOSSA – Os resultados são melhores atualmente?
VANDERCI – Com certeza. O próprio adulto tem melhores resultados hoje. Atualmente, os alunos vêm com vocabulário rico por causa da Internet, por causa de jogos. O papel da escola é ensinar a estrutura gramatical para que possam se virar depois. O inglês não é decoreba. O desafio é ensinar os alunos a pensar.
CONTATO:
ENGLISH VM
Endereço:
R. Dr. João Tobias, 77 – Rio das Pedras – SP
Telefones:
(19) 3493-1157 (19) 98231-0011
E-mail:
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Entrevistas
Uma vida de dedicação à música clássica
Entrevista concedida ao jornalista Rodrigo Alves e publicada na edição número 5 da Revista Nossa (janeiro de 2014)
A música clássica é uma extensão da vida de André Micheletti. Nascido em Piracicaba e criado em Rio das Pedras, o instrumentista até pensou em seguir carreira na medicina. A paixão pelo violoncelo falou mais alto. Depois da faculdade em Campinas, ele seguiu para os Estados Unidos. Em Chicago fez o mestrado e, em Indiana, cursou o doutorado.
A vida no exterior não foi fácil, mas com o apoio da esposa Mayumi, não desistiu dos sonhos. Levou consigo o aprendizado nos primeiros anos de vida, proporcionado pelos pais Tarciso e Catarina, além do avô materno, Guido Giovanini, que tocava violão. Hoje, sua rotina é apertada: é violoncelista de uma das orquestras mais respeitadas no país, a Bachiana Sesi Filarmônica, regida pelo maestro e pianista João Carlos Martins. Dedica-se à docência, por acreditar na democratização da música erudita. Está à frente da coordenação pedagógica do Instituto Fukuda, na capital, e do Feimep (Festival Internacional de Música Erudita de Piracicaba), cuja proposta é proporcionar o desenvolvimento pessoal e profissional de novos músicos. Ainda em sua terra natal, assumiu em 2013 a regência da Orquestra Sinfônica de Piracicaba, depois da morte do maestro Egildo Rizzi, seu ex-professor. Atualmente com residência fixa em São Paulo, dá aulas na Escola Municipal de Música de São Paulo, no Instituto Baccarelli, sediado na comunidade de Heliópolis, e em duas faculdades. Pai de Jun, sente um orgulho danado ao ver que o garoto de 11 anos possui a mesma determinação para os estudos musicais. Sem esquecer das raízes, André cita as aulas de teatro na Escola Macone e no Cedac (Centro de Ação Comunitária). Nesta entrevista à Revista Nossa, André também se mostra grato aos amigos rio-pedrenses, que cultiva desde a infância.
Quem mora em Rio das Pedras o considera rio-pedrense. Mas quem é de Piracicaba, lhe classifica como piracicabano. Digamos que você é cidadão das duas terras. Mas, de fato, onde nasceu?
Sou piracicabano, nasci na Santa Casa de Piracicaba. Na minha infância senti-me mais rio-pedrense, pois meus pais mudaram para Rio das Pedras quando minha irmã Angélica e eu éramos bem pequenos. Porém, aos 14 anos, quando mudei de colégio e passei a estudar em Pira, minha vida toda ficou focada lá, na Empem (Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernst Mahle) e no Colégio Dom Bosco. Só dormia mesmo em Rio das Pedras. Hoje, depois de tanto tempo, realmente me sinto piracicabano, mas tenho Rio das Pedras no meu coração e divido parte de minhas férias entre as duas cidades.
Você estudou na escola pública de Rio das Pedras? Até qual série?
Estudei no Macone (Escola Estadual Professor Manoel da Costa Neves) até o início da sétima série. Eu amava lá… Lá eu me apaixonei pela primeira vez, foi muito marcante. Sou eternamente grato aos que me orientaram durante este período, que foi crucial para a formação de caráter. O respeito que tínhamos pelos nossos professores, e vice-versa, era muito grande. Mesmo rotinas que pareciam esdrúxulas, mostram-me hoje importantes, como o culto à bandeira às sextas-feiras. Sou grato aos meus colegas, à diversidade que tínhamos e a não distinção de classe e cor.
Do que se recorda desse período (amigos, professores, passagens marcantes) da infância e da adolescência em Rio das Pedras?
Olha, eu sempre fui antissocial. Minha infância em Rio das Pedras foi, em parte, a época de descobrir a ler e a estudar. Meus amigos eram o Pablo Ganassim (ele mora a quatro quarteirões do meu apartamento aqui em São Paulo e esteve com a esposa e o casal de filhos em minha casa na semana passada), o Fábio Rabelo, meu primo Allan Giovanini, Rosiane De Gaspari, Flávia Gaioto, Djalma, Fernanda, tantos outros… Não posso esquecer que, sempre que pude, voltei para cortar cabelo com o Arlindo ou a Cláudia, que também estudou comigo. Professores marcantes: dona Cida e meu tio Guidinho, o Lino Guido Giovanini, adoro matemática até hoje! O seo Walter Vallerini, professor de educação física e que treinava o time de handball da cidade. Como eu gostava e como posso garantir que foi importantíssimo para meu desenvolvimento pessoal. Não posso esquecer que adorava teatro, seja declamar no colégio ou os teatrinhos no centro espírita (Cedac). Ainda hoje, agradeço as oportunidades no palco para declamar no Macone, ou ao teatro do Cedac e ao handball, que aprendi a adorar com o seo Walter. Essas três coisas que parecem ser irrelevantes, foram de suma importância para mim. Sem elas acho que eu não teria capacidade e estrutura de enfrentar o palco hoje em dia. Sou muito grato a essas oportunidades que me foram dadas. Cultura e esporte são essenciais na formação do ser humano.
Com qual frequência retorna para visitar os pais em Rio das Pedras?
A vida é corrida. Esta semana, por exemplo, já viajamos bastante. Cheguei esta manhã do Rio de Janeiro, semana que vem vou pra Ribeirão Preto, na semana passada estive três dias em Campinas. Tudo isso conciliando minhas atividades em São Paulo, então, o tempo que me sobra e posso ir para Pira e Rio das Pedras, eu vou.
Quais foram as amizades preservadas, entre idas e vindas?
Pablo Ganassim, Allan Giovanini e falei algumas vezes, mas não consegui encontrar ainda, a Rosiane De Gaspari.
Seus outros irmãos, Angélica, Cláudio e Mariela, também se dedicam profissionalmente à música. De quem veio e como foi esse incentivo na família?
Meus pais, por influência de meu avô materno, Guido Giovanini, que tocava violão. Foi do interesse pela música da família Giovanini que conheci o maestro Rizzi, então amigo da família. Ele foi meu professor de harmonia e contraponto. É por conta dele que hoje dedico parte de minha carreira à Orquestra Sinfônica de Piracicaba. No dia 23 de dezembro, estaremos três de nós tocando juntos no Teatro Municipal Erotides de Campos, em Piracicaba. Cláudio e eu faremos o concerto duplo de J. Brahms e a Mariela tocará na orquestra. A Angélica não tocará, pois não há piano neste tipo de programa. Como você escolheu o violoncelo? Eu ficava olhando a sala dos cellos e achava o máximo. Hoje sei que o que me moveu a escolher violoncelo foi o som do instrumento, grave e sério, poucos acham que eu sou assim, mas no fundo é a minha essência, um prolongamento do meu ser. Na verdade, a maneira mais sincera que eu consigo me expressar.
Ainda sobre a família, sua esposa, Mayumi, está na área e também seu filho Jun, de 11 anos, tem seguido esses passos. De que forma ele decidiu iniciar na música e como é trabalhada a questão com ele?
Ontem à noite (sábado, 30 de novembro), Mayumi e eu tivemos concerto da Bachiana Sesi Filarmônica, com o João Carlos Martins, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Nosso voo atrasou umas duas horas, então Mayumi e eu perdemos a apresentação do Jun no Instituto Fukuda. Ele entendeu, mas deu pra ver a frustração… Isso resume que a música nos une. O Jun adora violoncelo e piano, além de teatro (novamente aqui esta atividade que acho essencial).
Quem foram seus grandes mestres na música erudita, que contribuíram para a sua formação inicial? Na Escola de Música de Piracicaba, o casal Mahle (Ernst e Cidinha), Érico Amaral, Diva de Castro, dona Dirce, Monica Foster, entre outros. O maestro Rizzi, em Piracicaba, foi outra figura marcante na minha formação. Porém, tudo começa dentro de casa. Minha mãe e meu vô Guido, que tocavam piano e violão, respectivamente, sempre tocavam para nós, e vice-versa. O Claudinho era o mais ativo, o moleque era plugado no 220 com música!
A decisão de seguir profissionalmente na área, estudar música em São Paulo e depois o mestrado e o doutorado nos Estados Unidos não devem ter sido fáceis. Descreva essa trajetória.
Quando comecei a faculdade foi um choque. Naquela época, a Escola de Música de Piracicaba nos proporcionava uma formação melhor que as três faculdades estaduais, sem demagogia nenhuma digo isso. Na primeira fase de minha formação, a EMP (hoje Empem) foi a de maior relevância. Depois, um pouco antes de ir para a Unicamp e concomitante ao meu curso de graduação, comecei a frequentar a Escola Fukuda, que realmente me impulsionou, passei a ter aula com o Ricardo Fukuda, na época ele tinha uns 25 anos e já era concertino do Teatro Municipal de São Paulo, ele me ajudou muito. Quando me formei, continuei meus trabalhos com Fukuda e depois de tocar na Orquestra Experimental de Repertório com o maestro Jamil Maluf (olha aí, mais um piracicabano!) e na Jazz Sinfônica, fiz concurso a posto de primeiro violoncelo na Orquestra de Câmera da Unesp, que acabara de ser formada. Foi meu emprego até ir para Chicago, fazer mestrado. Voltei depois de dois anos e assumi o posto de concertino no Teatro Municipal de São Paulo, de onde saí para fazer doutorado na Universidade de Indiana que, modéstia à parte, é talvez a maior escola de música do mundo.
E a rotina no exterior, como foi?
Não foi nada fácil. Em Chicago, Mayumi e eu moramos num estúdio, uma quitinete. O dinheiro mal dava para o aluguel. Ela fazia baby-sitter para os filhos do Alez Klein, então oboísta da Chicago Symphony. Nunca comíamos fora, só o necessário. Muitas vezes, enchemos a barriga com amostras de supermercado. Lembro-me de quando ela estava grávida do Jun: “Vamos dar mais uma volta (no supermercado), ainda estou com fome…”, ela disse. Hoje é engraçado, mas era desesperador. Mesmo em Indiana, não foi fácil, mobilhamos o apartamento com móveis do lixo, claro que era um lixo diferente, mas muitos orgulhosos se recusavam, nós não! E sabe todas aquelas filas de mendigos americanos que se vê em filmes? Para pegar sopa ou comida que os supermercados não venderiam mais? Então, entramos em todas elas, sem pudor e com muito orgulho eu digo que passamos por tudo isso, pois acreditamos no que precisávamos, no que estávamos ali para fazer.
Depois de ter iniciado o curso na Unicamp, abandonou a graduação em música para tentar a medicina. O que motivou essa mudança?
Eu desisti algumas vezes, cheguei a deixar a faculdade de música em 1995 para fazer medicina, mas no final era impossível naquele ponto de minha vida a ruptura com a arte. Francamente, depois de ter estudado na Escola de Música de Piracicaba daquela época, ter feito os festivais de música que havia feito, não dava. Eu não gostava do nível, apesar de meu professor de violoncelo na Unicamp, o Antonio Lauro Del Claro (que é um dos maiores violoncelistas brasileiros de sempre), ser uma figura marcante na minha formação. Na verdade fui pra lá por ele ser o professor de violoncelo da Unicamp, só isso. Só terminei por conta da mesma coisa. Então, eu pensei em fazer medicina muito mais por desespero de cursar uma faculdade, não por vocação. Mas teria, sim, vontade de ter mais uma vida pra ser médico.
Desde quando você reside em São Paulo? O que pesou para que saísse de Piracicaba?
Tudo o que faço é em São Paulo ou saio daqui com a orquestra (de ônibus ou avião). Distância e pegar a estrada constantemente foram os fatores. Adoro Piracicaba, já pensamos “n” vezes em voltar, mas racionalmente é inviável. Eu ficava mais tempo no carro, do que vivia.
Como é sua rotina de trabalho hoje? Participa de quais orquestras e dá aulas em quais institutos?
Sou violoncelista na Orquestra Filarmônica Sesi-SP, regida pelo maestro e pianista João Carlos Martins; professor de violoncelo na Escola Municipal de Música de São Paulo; no Instituto Baccarelli, e em duas faculdades: Mozarteum e Cantareira. Também sou coordenador pedagógico e professor no Instituto Fukuda, onde trabalho com meu ex-professor, o Ricardo Fukuda, além de tocar muitos solos com diversas orquestras pelo Brasil e de manter um trio com Véronique Mathieu (Canadá-EUA) e Jasmin Arakawa (Japão-EUA). Desde 2010 tenho feito a coordenação pedagógica do Feimep (Festival Internacional de Música Erudita), além de ter assumido a Orquestra Sinfônica de Piracicaba. Ou seja: 24 horas por dia sete dias por semana!
Como é o trabalho na coordenação artística e pedagógica do Feimep, que além da formação de público também se preocupa com os estudantes?
Sem demagogia, é uma proposta incrível a democratização da música erudita. O que foi conseguido nestas três edições é muito mais do que imaginam. O Feimep já é copiado, já é referência e incomoda aqueles que querem manter a elitização da cultura e educação. Novamente graças ao esforço da secretária da Ação Cultural, Rosângela Camolesi, e do diretor do Jornal de Piracicaba, Marcelo Batuíra. O corpo docente se doa, vem muito mais pelos laços de amizade que tenho com eles. Acabei de falar com um dos maiores violoncelistas do mundo, o russo radicado nos EUA, Dimitry Kouzov, professor na Universidade de Illinois, que quer ajeitar a agenda para vir ao Feimepi no próximo ano.
Em julho, durante o Feimep, você assumiu oficialmente a regência da Orquestra Sinfônica de Piracicaba (OSP). É uma nova área que começa a explorar em sua trajetória artística. Quais são os desafios?
Meu desafio é de transformar a OSP em um corpo estável, que possa contribuir para a produção cultural brasileira e disseminar o nome de Piracicaba cada vez mais, não só como celeiro formador de músicos, porém, como mantenedora e produtora de música erudita de alto nível por todos os cantos.
Pela vivência que possui em outros países, você acha que faltam incentivos para a valorização da música clássica no Brasil? O que poderia ser feito para contribuir com o processo pedagógico?
É triste ouvir que um projeto pedagógico acabou por falta de verba, triste! Música, que tornou-se um produto para projetos sociais de fachada, é algo sério, formador de caráter e personalidade. Pela proximidade com a retórica, coloca o ser humano a questionar. No Quadrivium, lá estava ela, acima da própria retórica, que fazia parte do Trivium, na antiguidade grega era parte da mesma matéria, não havia distinção entre matemática, música e filosofia, não que se confundisse, elas eram o mesmo tronco. Hoje, com a indústria do entretenimento, ela é mero instrumento de diversão e lazer… Música séria é uma atividade essencial e que sem a qual a sociedade padecerá.
Em cidades menores, como Rio das Pedras, o que pode ser feito para estimular o surgimento de mais talentos artísticos, em especial a música?
Que se cultive o estudo, mas há que se dar o acesso a concertos e, mais do que isso, não subestimar a criança. Por conta de nós não entendermos algo, achamos que elas não compreenderão, falso pensamento. Minha experiência de dar aulas dentro de uma comunidade em São Paulo, no Instituto Baccarelli, que tem sua sede na comunidade de Heliópolis, mostra que dando acesso à informação, formação e frequentar concertos, transforma- se uma sociedade. Muitos dos alunos são premiados em concursos pelo Brasil afora e temos uma das melhores orquestras jovens da América Latina. Alguns ex-alunos moram e estudam em grandes centros mundiais como Israel, Estados Unidos, Alemanha. Não que esses alunos sejam provenientes desta comunidade carente, porém, a ação deste instituto fez com que jovens do Brasil inteiro se transferissem para São Paulo, para uma comunidade carente, para estudar música! É o caminho inverso… Novamente, que o estandarte do Feimep fique claro: “que se faça a democratização da música erudita, pois erudição e elitismo são contradições em termos!”
Entrevistas
Uma mente que brilha e faz brilhar
Nas fileiras escolares do Barão de Serra Negra formou-se uma mente que brilha e que também faz brilhar, por meio de projetos de geração de energia para iluminar milhares de residências brasileiras e garantir o crescimento da produção industrial. O engenheiro civil Nelson Caproni Júnior é atualmente gerente geral de obras da Usina Hidrelétrica de Santo Antonio, empreendimento que está sendo construído no rio Madeira, em Porto Velho, Rondonia.
Serão 3,15 mil megawatts de potência instalada, energia suficiente garantir o abastecimento de 11 milhões de lares brasileiros. Gerenciar uma obra desse porte é ser responsável direto pelo trabalho desempenhado por nada menos que 18 mil homens. Um colosso que demandará investimento na ordem de R$ 10,9 bilhões.
Mais do que gerenciar a obra, Nelsinho Caproni, como é conhecido pelos amigos em Rio das Pedras, é um dos pais do projeto da hidrelétrica de Santo Antonio.
A ideia começou a ganhar forma em 2001, quando ele trabalhava por Furnas Centrais Elétricas na construção da Usina Hidrelétrica de Manso, no Mato Grosso. “Eu e um amigo tivemos a ideia de fazer um inventário sobre o rio Madeira. Fizemos o estudo de viabilidade, o projeto básico e executivo”, conta. O estudo foi aprovado no ano seguinte e apontou a viabilidade para cinco usinas: quatro em território brasileiro e um a na Bolívia. Dessas quatro brasileiras, duas estão sendo construídas: a de Santo Antonio e a de Jirau, o que permite concluir que, da cabeça de um rio-pedrense, está sendo viabilizado um projeto que garante energia para o crescimento populacional e produtivo do Brasil.
NOTAS DA REDAÇÃO: Matéria publicada originalmente na edição número 2 da Revista Nossa (setembro de 2011), integra reportagem especial em homenagem aos 100 anos da escola Barão de Serra Negra
A matéria foi publicada acima em setembro de 2011 e a hidrelétrica de Santo Antonio foi inaugurada cinco meses depois, em março de 2012.
A SEGUIR, ENTREVISTA COMPLETA COM NELSINHO CAPRONI, CONCEDIDA EM 2011 A NOSSA RIO DAS PEDRAS
Caproni defende hidrelétricas na Amazônia
Nelson Caproni Júnior defende a hidroeltricidade e acredita que a exploração dela na Amazônia pode ajudar a proteger a floresta, uma vez que o impacto causado na área alagada é pequeno diante da dimensão da floresta. Por outro lado, os rios passariam a ter valor estratégico para o país e por isso seriam defendidos com mais empenho. Confira os principais trechos da entrevista.
Como começou a trabalhar no setor elétrico?
Estou com 57 anos e, desde que me formei, em 1976, sempre trabalhei no setor elétrico na área de construção de Usinas Hidrelétricas. Trabalhei 26 anos em Furnas – Centrais Elétricas S.A, que á maior subsidiária do setor elétrico do sistema Eletrobras. Em 2002, saí da empresa e fui para a iniciativa privada, em uma empresa de economia mista.
O senhor é considerado um dos pais do projeto da Usina de Santo Antonio. Como foi isso?
Quando nós estávamos fazendo a Usina de Manso, que foi meu último trabalho por Furnas, juntamente com um colega da construtora Odebrecht, tivemos a ideia de fazer um inventário do rio Madeira no ano de 2001. Estudamos o complexo do Madeira. Dentro do Brasil, ele é composto pelas usinas Santo Antônio e a de Jirau. Fora do Brasil, estudamos toda a bacia hidrográfica do rio Madeira, sendo que 95% dela está em território boliviano e peruano, ou seja, o degelo dos Alpes dos Andes no mês de abril é o que provoca as grandes vazões do rio Madeira. Então quando foi feito o inventário, nós estudamos também duas usinas em território boliviano e uma em território brasileiro/boliviano. Sendo assim, o complexo Madeira é composto por cinco usinas: Santo Antônio, Jirau, Cachoeira da Esperança (em território boliviano), uma que não me lembro o nome agora e a Mamoré, que fica no rio Mamoré e faz divisa entre Brasil e Bolívia.
Em sua opinião, qual o futuro do Brasil no que se diz respeito ao abastecimento de energia? Temos projeções que indicam que o Brasil tende a ser a 5º maior economia do Mundo em 2.020 e nós vamos precisar de muita energia elétrica para crescer.
O Brasil é um país evidentemente hidrelétrico, ou seja, a fonte de energia limpa e renovável do país é da hidroeletricidade. Nós temos muitos rios espalhados pelo país, em especial na região amazônica com um potencial estudado de 150 mil megawatts. No Brasil, nós temos instalados 102 mil megawatts, sendo que 82% deles vêm da parte hidrelétrica, o restante vêm das térmica, nuclear, carvão, gás e queima de óleo, além das eólicas e solares, que têm uma quantidade de produção muito pequena. O Brasil tem que procurar diversificar, porém não pode tirar o foco da hidroeletricidade porque é uma energia mais barata para nós. Não tem poluentes e é renovável. O grande potencial hidroelétrico do Brasil a ser explorado é a região Amazônica. Estados Unidos, Europa não têm o recurso hídrico que nós temos.
Existem alguns ambientalistas que defendem a energia nuclear em virtude de ela ter, teoricamente, menor impacto ambiental (o impacto é praticamente zero, mas por outro lado há o risco de acidentes e o problema do lixo nuclear)? Qual a razão de o senhor defender a hidroeletricidade?
Essa é uma pergunta de fácil resposta. O Brasil, como eu disse, é um dos poucos países do Mundo que tem uma grande quantidade de água e, conseqüentemente, tem um potencial hidrelétrico muito grande. Atualmente, podemos ter certeza de que todas as concessionárias do setor elétrico que trabalham com grandes usinas se preocupam muito com essa parte ambiental e socioeconômica em virtude de os bancos financiadores não cedem empréstimos se não constatarem que há sustentabilidade no projeto. A sustentabilidade ambiental, no meu entendimento, e os investimos que são colocados são muito grandes; em meus 34 anos em indústrias hidrelétricas, nunca vi nenhuma cidade que foi para trás, todas se desenvolveram.
Qual seria o impacto ambiental para a Amazônia de gerar essa energia?
Muito pequeno em função do grande território amazônico. Há um equívoco por parte das pessoas que analisam isso. O desmatamento da Amazônia é extremamente mais grave do que o impacto que serão feitos com hidrelétricas. Hoje a Amazônia é devastada, queimada… em função da agricultura e da criação de gado. Para se ter ideia, o estado de Rondônia tem 1 milhão de habitantes e 14 milhões de cabeça de gado. Isso é decorrente de má fiscalização e do mau uso. Os espaços que as usinas vão inundar são muito pequenos em função da capacidade instalada pequena e em função das grandes vazões que fazem o rio Madeira inundar naturalmente. Dividimos em duas usinas para causar menor impacto de inundação. Sempre digo que tudo na vida tem risco; é preciso procurar um ponto de equilíbrio. Volto a insistir que essas usinas do Madeira têm que ser um exemplo de sustentabilidade ambiental e que o Brasil precisa ampliar o seu parque energético, que é eminentemente hídrico e que causa inveja aos países europeus. Na Espanha, por exemplo, eles nem têm rios.
O senhor disse que vê o futuro nessa geração de energia da Amazônia. Esses (Santo Antônio e Girau) seriam os dois primeiros grandes projetos. Em virtude disso, a responsabilidade de vocês é muito grande.
Esse é o nosso lema dentro da nossa empresa na parte de sustentabilidade: não podemos errar. Não podemos causar danos ambientais que inviabilizem novos empreendimentos na região Amazônica. A demanda energética brasileira está crescendo e nós precisamos dar conta dela.
No governo FHC, tivemos aquela ameaça de apagão, porém não só a geração de energia que estava comprometida, mas também a rede distribuição de energia. Como resolver esse problema?
O governo FHC priorizou muito a privatização. A grande “jóia” do setor elétrico era Furnas – Centrais Elétricas S.A. que ele tentou privatizar, porém as entidades responsáveis agiram fortemente contra e foi um acerto. Na parte de geração de energia elétrica, os riscos envolvidos são altos. Sendo assim, a iniciativa privada naquele momento de transição estava com receio de entrar sozinha nos projetos, então eles privilegiaram as pequenas centrais elétricas de até 30 megawatts. Com isso, os grandes empreendedores hidrelétricos não tiveram permissão de entrar nesses grandes projetos, como era o caso de Furnas. O grande problema era: se desse seca no Norte como deu no Nordeste, no Centro-Oeste faltaria linha de transmissão. O governo FHC não privilegiou nada no sistema de transmissão; quando deu o primeiro apagão no dia 21 de janeiro de 2002, finalmente caiu ficha dele; investiu pouco na área de geração e proibiu que as empresas estatais se unissem à iniciativa privada. Agora, com a Dilma Rouseff, que era secretária de energia do Rio Grande do Sul, o Brasil privilegiou o sistema de transmissão. Hoje nós estamos todos ligados com exceção da área Amazônica.
O senhor disse que não estamos ligados com a Amazônia ainda. Essa energia que será gerada na Amazônia não chegará até nós então?
Chegará. A energia que será gerada tanto em Santo Antônio quanto em Jirau terá o grande centro consumidor dela na cidade de São Paulo e arredores. Estão sendo construídas 1,25 mil de quilômetros de linhas de transmissão para trazer essa energia para os consumidores. Isso foi definido no leilão pelo Governo Federal, que vem acompanho o projeto há tempos. O novo mercado para regular do setor elétrico ajudou a deixar mais barata a produção de energia.
A mudança no setor energético no começo do governo Lula, quando Dilma era ministra das Minas e Energias, culminou com o fim das termoelétricas. Uma delas estava para ser construída em Americana. Gostaria que o senhor falasse sobre a atuação da Dilma nesse processo e como o senhor a vê agora como presidente do Brasil?
A Dilma teve no setor elétrico de transição, no meu entendimento, uma grande competência como ministra de Minas e Energia. Ela deu uma mexida grande no mercado como gestora que trouxe benefícios ao consumidor na geração de energia e não fez com que o empreendedor perdesse a sua função. Ela também teve o mérito de unir um pouco e aumentar o “mix” da forma de produção de energia elétrica; ela deixou as usinas térmicas (que foi um legado pesado do governo anterior) como uma reserva para compensar períodos menos chuvosos e prejudiciais. Vejo, primeiramente, com uma satisfação muito grande o fato de o Brasil ter uma mulher presidenta. E, mesmo não tendo exercido um cargo executivo, nos cargos em que trabalhou (sem analisar cor partidária) ela demonstrou competência de gestão. Estou extremamente otimista em relação ao atual governo, assim como 83% da população.
O Brasil corre risco de um novo apagão?
Neste momento não, porém não podemos parar na construção de usinas hidrelétricas e parques energéticos com várias formas de energias, mas eminentemente hídricas, na faixa de 75% a 80%. Não adianta o Brasil pensar que energia eólica e solar vai salvar tudo. Elas representam muito pouco para o Sistema Integrado Nacional.
TEXTO – Rodrigo Guadagnim
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